Benedito Dantas Saldanha - Nasceu em Brejo do Cruz-PB no ano de 1894. Casou com sua prima Etelvina da Silva Saldanha. Devido a sérios desentendimentos com a família Dutra, em que seus irmãos Quinca e Plínio, conhecido como Marinheiro Saldanha figuravam como mentores intelectuais, junto a alguns parentes, em que mandou seis dos seus jagunços cometerem diversas tropelias, destacando-se a do dia 25 DE ABRIL DE 1926, que atacaram Brejo do Cruz, na Paraíba, matando Manuel Paulino de Moraes, Dr. Augusto Resende (Juiz Municipal), fere Dr. Minervino de Almeida, o “Joca Dutra” Prefeito Municipal), e Severino Elias do Amaral (Telegrafista).
BENEDITO
foi nomeado Prefeito de Apodi pelo Interventor/governador Bertino Dutra, tendo
assumido no dia 10 de Janeiro de 1933. Devido a cerrada campanha de divulgação
da imprensa oposicionista da capital do estado, que repudiava o fato de ter
sido nomeado um afamado chefe de cangaceiros para administrar o município de
Apodi, teve curta duração à frente dos destinos daquele rincão, tendo sido
demitido a 23.07.1933, portanto, com gestão de 05 meses e 23 dias. Investido da
condição de Prefeito nomeado, à época denominado de Interventor, protagonizou
violento atentado, quando na manhã do dia 18 de Abril de 1933 mandou trazer à
sua presença o Coronel Lucas Pinto, escoltado sob ameaça de três
cangaceiros/capangas armados, ocasião em que empunhando um revólver, tentou
obrigar o Coronel Lucas Pinto engolir duas bolas feitas com jornal, sob a
alegativa de que o líder político Apodiense mandara veicular notícia no Jornal
"A RAZÃO", impresso e com sede em Natal, dando conta de que ele e seu
irmão Quinca Saldanha comandavam grupo de cangaceiros, acoitados em sua fazenda
em Caraúbas, e com atuação em Apodi e região.
O
Coronel Lucas Pinto foi salvo desse vexame graças à intervenção do valente
Apodiense DECA CAVACO, que ao saber que o seu padrinho se encontrava sob ameaça
do Benedito, dirigiu-se até o sobrado onde se desenrolava o sério atentado à
integridade física do Cel. Lucas Pinto. Em lá chegando, dois cangaceiros
tentaram impedir o acesso do Deca Cavaco, que ao descer do seu cavalo já
empunhou seu punhal e deu dois sopapos nos dois cangaceiros, derrubando-os de
uma só vez, ao mesmo tempo em que os advertiu para que não insistissem em
impedir o seu acesso. Ao chegar ao pavimento superior, encontrou Benedito aos
gritos, obrigando o Coronel Lucas Pinto a engolir as bolas de jornal.
Incontinenti, o Deca cravou o seu punhal no birô do Benedito e exclamou: Se não
comeu não come mais. Encarou o Benedito e falou: Vou levar o meu padrinho, e se
você se meter derrubo-lhe com um só tiro no meio da testa.
Dito
isto, mandou que o Coronel Lucas Pinto seguisse na frente que ele iria atrás,
protegendo-o. Ao Benedito, que já havia sofrido uma cantada do Deca Cavaco, só
restou a alternativa de convidar o Deca para mais tarde beberem e jogarem
baralho juntos, no que o Deca respondeu que não bebia nem jogava com bandido.
Nesse dia, o Coronel Lucas Pinto era o homem marcado pra morrer. Benedito
Saldanha faleceu envenenado por sua amante, na cidade de Maranguape, onde
residia, por volta do ano de 1954.
POR MARCOS PINTO - HISTORIADOR APODIENSE.
No dia 18 de abril de 1933, na condição de prefeito
do Apodi, determinou que dois de seus capangas trouxessem coercitivamente, o
coronel Lucas Pinto até sua presença, mas precisamente no 1º andar do prédio da
Prefeitura Municipal. Com a chegada do Coronel Lucas Pinto, Benedito Saldanha
de posse de um exemplar de um jornal e, o enrolado em forma de bola, disse que
iria fazê-lo engolir a seco as denúncias contra ele, Benedito Saldanha,
contidas naquele jornal. De imediato, ouve-se uma voz advinda da escada que
dava acesso ao pavimento superior, cujo eco era de autoria da pessoa conhecida
popularmente “DECA DE CAVACO”, colocando
medo no valentão Benedito Saldanha, ao ver surgir aquela pessoa, este
havia sido avisado por um popular. Ao chegar no salão da prefeitura, Deca
Cavaco foi logo derrubando com uma rasteira a dois capangas que tentaram impedir
seu acesso ao gabinete do prefeito. Ele antes de tal coragem já tinha bebido um
copo de cachaça, fato acontecido na
bodega de um senhor conhecido pela alcunha de ‘CHICO CEGO”.
Já
no interior da Prefeitura Deca Cavaco de posse de belo punhal que conduzia à
cinta e, sem meias palavras o cravou sobre a mesa, afirmando que: “Meu
padrinho Luquinha, se o senhor tiver de comer este jornal, você – Benedito Saldanha, também terá de comer
outro. Nesse ínterim, o Coronel Benedito Saldanha estava acompanhado de
seguranças, na época chamados de jagunços ou capangas. O valentão Benedito
Saldanha verificando a grande firmeza de
Deca não teve outra solução, ou seja, a de desistir de sua louca vontade e,
covardemente ou reconhecedor, convidou-o para posteriormente, beberem e jogarem
baralho, tendo Deca respondido-lhe que não bebia nem jogava com bandido.
Retirando do recito, com cuidado, acompanhado de Lucas Pinto.
FONTE – DR. MARCOS
PINTO – GRANDE HISTORIADOR APODIENSE